sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A liga da justiça

Que o humor é algo magistral, todo mundo sabe. Mas ele não pode ser usado para encobrir ou salvar algo que é ruim. Ele deve ser a consequência de algo que é bom. Nem o humor de A liga da justiça o redime. É o humor que faz com que o filme seja simpático. “Simpático” não é um adjetivo honroso para um filme que pretendeu ser mais.

A impressão com que filmes de super-heróis têm me deixado é a de que há enredo de menos e computação gráfica demais. Não bastasse isso, os vilões têm sido tediosos e óbvios. Foi assim em Batman versus Superman, é assim em A liga da justiça. Os alienígenas vilões dos dois filmes são superficiais, servindo apenas para dar e levar porrada.

Os fãs dos quadrinhos ressentir-se-ão com o fato de que a essência do Flash não é a mesma (nos quadrinhos, ele não é o engraçadinho do filme) e com a pouca empatia que o Cyborg gera. Quanto a Aquaman, é um personagem bem construído. Pena que após fazer menção a Ahab, personagem do livro Moby Dick, joga uma garrafa ou algo assim no mar. Não faz sentido justamente ele poluir as águas.

Aqui ou ali, há referências a outros filmes de super-heróis. O primeiro soco desferido pelo Super-Homem no vilão em A liga da justiça tem menção ao tema criado por John Williams. É esse o breve instante em que alguma emoção se esboça, logo indo embora. Nem o (mais uma vez) belo trabalho de Danny Elfman na trilha sonora consegue dar alguma grandiosidade a um filme destituído de grandeza. O humor sozinho não pode salvar o mundo. 

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